sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Em nome da educação



A motivação é e sempre foi a força geradora de comportamentos. Existem diversos tipos de motivações, mas o que é certo é que estas determinam as nossas atitudes.
Agimos desta ou daquela forma e subjacente à nossa acção está sempre uma motivação. No âmbito profissional, há também uma relação intrínseca entre motivação e produtividade. Mas, há certos factores que podem fazer decrescer a motivação e consequentemente a produtividade. Um trabalhador motivado, sente-se realizado, torna-se mais produtivo e feliz. Hoje fala-se com frequência em índices de produtividade. Fazem-se bastantes cálculos, pensa-se muito em números, tendo sempre como objectivo primordial produzir cada vez mais. Mas muitas vezes são desrespeitados os direitos mais elementares dos cidadãos. Fazem-se leis absurdas e incoerentes baseadas em perspectivas meramente economicistas, que nada contribuem para a dignificação das carreiras profissionais. É o que se está a passar com a situação dos docentes, que cada vez mais se sentem desmotivados, desprotegidos, têm perdido regalias e direitos adquiridos já há muito tempo. São desrespeitados e vêem-se agora mais do que nunca humilhados por um ministério que nada mais sabe fazer do que elaborar despachos erróneos, incoerentes, podemos mesmo dizer absurdos! Parece uma perseguição à classe docente! Vive-se um clima de instabilidade e desconfiança. Todos sabemos que há bons e maus professores, aliás isto sucede em qualquer profissão. Porque só falar dos “maus da fita” e com leis absurdas penalizar aqueles que sempre trabalharam e se esforçaram? Hoje em dia a classe docente sente-se desprestigiada: congelamentos na carreira, aposentação cada vez mais tarde, tudo isto em nome da crise. Mas por que motivo são só alguns que têm de pagar a referida crise? Esta situação gera sentimentos de revolta e indignação. Um sistema arrogante e autoritário não melhora a qualidade do ensino, antes pelo contrário! As escolas actualmente são verdadeiros “muros de lamentação” onde se vêem docentes descontentes e indignados. Como se pode falar em ensino de qualidade, ensino individualizado, com turmas de trinta alunos? Para combater a indisciplina, as leis deveriam ser mais rígidas e adequadas à realidade social das nossas escolas. A escola não deve ser vista como um “ depósito de crianças”. Nem os pais se podem demitir das suas responsabilidades. Tem de existir uma profunda interacção, um verdadeiro diálogo entre as famílias e as escolas. São necessárias regras, pois educar não é só cumprir os programas, nem uma mera transmissão de conhecimentos. Todos nós recordámos os nossos professores, alguns foram mais do que simples docentes, foram uns companheiros, uns verdadeiros amigos. Ensinaram-nos com empenho e dedicação! Antigamente não havia tanta burocracia, não se falava tanto em educação, mas havia mais qualidade no ensino, os alunos adquiriam os conhecimentos e só transitava de ano quem tivesse condições para tal. Não é como hoje em dia em que tudo é facilitado, pois os alunos têm de passar de ano e se tal não conseguem, a culpa é do professor, que é também uma vítima do sistema. Com esta arrogância vamos chegar a um caos, a uma anarquia, tudo isto em nome de uma pseudo-educação que não conduz a lado nenhum...