sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A natureza dos valores


É sabido que o homem, enquanto animal racional, vive na intersecção de dois “mundos”, distintos mas complementares: o mundo dos factos (do que é, do ser, do que acontece, do descritível, em suma, do real) e o mundo dos valores (do que vale, do dever - ser, do preferível, do possível, em suma, do ideal). A miséria no mundo, as guerras e o aquecimento global são factos indiscutíveis perante os quais é suposto o homem não ser indiferente.
Diz-se que a Cultura é realização de Valores e que estes constituem uma “bússola” orientadora da acção humana. Mas, o que se quer dizer com a palavra valores? O que são? Qual a sua essência? As coisas valem porque as desejamos ou desejamo-las porque valem?Não se trata de mero jogo de palavras. As duas últimas proposições colocam-nos perante um dos problemas centrais da axiologia, a saber, o problema da natureza dos valores. Se afirmamos que as coisas valem porque as desejamos, estamos a colocar a tónica no sujeito, deslocando o valor da esfera do objecto para a esfera do sujeito. A ser verdade esta tese, é o homem o criador dos valores. Ao invés, se afirmamos que desejamos as coisas porque valem, estamos a colocar a tónica no objecto, deslocando o valor da esfera do sujeito para a esfera do objecto. A ser verdade esta tese, o homem limita-se a reconhecer valores.A primeira tese denomina-se subjectivismo axiológico e a segunda objectivismo.

RAD BROMANCE - Lady Gaga parody of BAD ROMANCE

Love - Trailer do filme "José e Pilar. Retrato de uma relação"

domingo, 3 de outubro de 2010

Os caminhos de Jacinto

Proposta de percurso pedestre que de acordo com o relato do romance “A Cidade e as Serras”, tem início na Estação de Tormes (Aregos-Baião) prolongando-se serra acima por caminhos de natureza até Tormes ou Quinta de Vila Nova. A Estação é um dos elementos fundamentais do itinerário, pois é neste cenário que a expectativa urbana se confunde com a rusticidade do lugar, onde a curiosidade sobranceira de Jacinto se verga perante a graciosidade acolhedora da pequena infra-estrutura instalada entre a serra omnipresente e a, agora, calmaria das águas do rio. Na verdade, vindo de comboio ou tendo chegado de autocarro, não deixará de se erguer do seu banco e assomar às janelas para esperar com alvoroço a pequenina Estação de Tormes, que lhe aparecerá clara e simples à beira do rio entre as rochas. Embora não vá encontrar os seus vistosos girassóis, nem as duas altas figueiras poderá observar, ainda, por trás a serra coberta de velho e denso arvoredo, os painéis de mosaico com referência a momentos e temas estruturantes da obra de Eça “A Cidade e as Serras”, bem como o rio Douro, onde já não correm os rabelos carregados de sacrifícios e de vinho para o Porto, mas cruzeiros pressurosos com turistas curiosos das preciosidades durienses.
Observe em seu redor e, entre cogitações, confira que Eça tinha razão, esqueçam-se aqui todos os males ante a inesperada beleza daquela terra bendita, composta pelo divino artista numa das suas manhãs de mais solene e bucólica inspiração. De espírito aliviado pela divina paisagem, não espere ter a sorte de Jacinto e Zé Fernandes, pois nem a égua russa nem o burro de Sancho o transportarão até lá acima. A alternativa é trepar até Tormes.
Caminhe com o devido cuidado junto da linha férrea acompanhando o rio para montante até encontrar um caminho que a atravessa e desce para a margem. Ao fundo está a Quinta da Tenchoadinha. Continue subindo até à estrada asfaltada que vem da Estação. Siga pela direita até atingir uma casa branca entre um canavial e, um pouco adiante, suba por um caminho empedrado. Não se exceda no esforço, para quando necessitar e aproveite para analisar a vegetação que o rodeia. No percurso vai encontrando carvalhos, oliveiras, choupos e, na beira do caminho, espargos bravos, cujos rebentos são muito apreciados cozinhados com ovos, entre outras propostas gastronómicas.
O primeiro edifício com ar senhorial que encontrará no interior de uma quinta em socalcos é a Casa da Capela. Um pouco mais adiante, à sua direita, vai avistar a Casa do Lodeiro. Por aqui abunda o pilriteiro, um arbusto que, na Primavera, dá flores brancas, além de bagas vermelhas que são a delícia das aves. Esta casa encerra algumas memórias trágicas, pois pertenceu a um amigo de Camilo Castelo Branco, José Augusto Pinto de Magalhães, que raptou Fanny Owen, com quem casou. O casamento não se consumou e a senhora faleceu tísica cerca de um ano depois. Por decisão do marido, o seu coração, esteve guardado, muitos anos, num frasco de vidro na capela da Casa. Camilo refere-se a este drama n' “O Bom Jesus do Monte” e em “Vinte e Quatro Horas de Liteira”, Augustina Beessa Luís em “Fanny Owen” e Manoel de Oliveira em “Francisca”.
Mas, afaste-se destas memórias e perscrute a paisagem envolvente que também seduziu Alves Redol. Deslumbre-se com os vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos em flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza. Deixando resvalar o olhar observe os vales poderosamente cavados (...) os bandos de arvoredos, tão copados e redondos de um verde tão moço e sinta, por todo o lado, o esvoaçar leve dos pássaros. Por aqui o ladino, elegante e vigoroso melro é o eterno animador do arvoredo. Muito tempo um melro nos seguiu de azinheira a olmo, assobiando os nossos louvores. Obrigado irmão melro! Ramos de macieira obrigado. Aqui vimos, aqui vimos! E sempre contigo fiquemos, serra tão acolhedora, serra de fartura e de paz, serra bendita entre as serras!
Quando atingir a estrada de alcatrão deparam-se-lhe duas opções, igualmente válidas, para chegar até à Casa da Ladeira: seguir pela direita, junto à Casa da Torre de Cabeção, ou prosseguir alguns metros pela EN 108-2 e, novamente à sua direita, um pouco antes da pequena ponte junto à Casa de Pedreda, subir por um caminho mais íngreme que requer especiais cuidados pelo seu grau de dificuldade. Convém não esquecer que o “Caminho de Jacinto” colheu inspiração nas veredas que Eça efectivamente subiu ou que as gentes de Vila Nova e arredores faziam para apanhar o comboio. Por isso, é um caminho de ficção, reinventado agora nas variantes da fonte de inspiração original. Pode dizer-se que é também uma metáfora de todo o percurso interior que a personagem Jacinto vai realizando ao longo da novela.
Na verdade, vindo de comboio ou tendo chegado de autocarro, não deixará de se erguer do seu banco e assomar às janelas para esperar com alvoroço a pequenina Estação de Tormes, que lhe aparecerá clara e simples à beira do rio entre as rochas. Embora não vá encontrar os seus vistosos girassóis, nem as duas altas figueiras poderá observar, ainda, por trás a serra coberta de velho e denso arvoredo, os painéis de mosaico com referência a momentos e temas estruturantes da obra de Eça “A Cidade e as Serras”, bem como o rio Douro, onde já não correm os rabelos carregados de sacrifícios e de vinho para o Porto, mas cruzeiros pressurosos com turistas curiosos das preciosidades durienses.
Observe em seu redor e, entre cogitações, confira que Eça tinha razão, esqueçam-se aqui todos os males ante a inesperada beleza daquela terra bendita, composta pelo divino artista numa das suas manhãs de mais solene e bucólica inspiração. De espírito aliviado pela divina paisagem, não espere ter a sorte de Jacinto e Zé Fernandes, pois nem a égua russa nem o burro de Sancho o transportarão até lá acima. A alternativa é trepar até Tormes.
Caminhe com o devido cuidado junto da linha férrea acompanhando o rio para montante até encontrar um caminho que a atravessa e desce para a margem. Ao fundo está a Quinta da Tenchoadinha. Continue subindo até à estrada asfaltada que vem da Estação. Siga pela direita até atingir uma casa branca entre um canavial e, um pouco adiante, suba por um caminho empedrado. Não se exceda no esforço, para quando necessitar e aproveite para analisar a vegetação que o rodeia. No percurso vai encontrando carvalhos, oliveiras, choupos e, na beira do caminho, espargos bravos, cujos rebentos são muito apreciados cozinhados com ovos, entre outras propostas gastronómicas.
O primeiro edifício com ar senhorial que encontrará no interior de uma quinta em socalcos é a Casa da Capela. Um pouco mais adiante, à sua direita, vai avistar a Casa do Lodeiro. Por aqui abunda o pilriteiro, um arbusto que, na Primavera, dá flores brancas, além de bagas vermelhas que são a delícia das aves. Esta casa encerra algumas memórias trágicas, pois pertenceu a um amigo de Camilo Castelo Branco, José Augusto Pinto de Magalhães, que raptou Fanny Owen, com quem casou. O casamento não se consumou e a senhora faleceu tísica cerca de um ano depois. Por decisão do marido, o seu coração, esteve guardado, muitos anos, num frasco de vidro na capela da Casa. Camilo refere-se a este drama n' “O Bom Jesus do Monte” e em “Vinte e Quatro Horas de Liteira”, Augustina Beessa Luís em “Fanny Owen” e Manoel de Oliveira em “Francisca”.
Mas, afaste-se destas memórias e perscrute a paisagem envolvente que também seduziu Alves Redol. Deslumbre-se com os vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos em flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza. Deixando resvalar o olhar observe os vales poderosamente cavados (...) os bandos de arvoredos, tão copados e redondos de um verde tão moço e sinta, por todo o lado, o esvoaçar leve dos pássaros. Por aqui o ladino, elegante e vigoroso melro é o eterno animador do arvoredo. Muito tempo um melro nos seguiu de azinheira a olmo, assobiando os nossos louvores. Obrigado irmão melro! Ramos de macieira obrigado. Aqui vimos, aqui vimos! E sempre contigo fiquemos, serra tão acolhedora, serra de fartura e de paz, serra bendita entre as serras!
Quando atingir a estrada de alcatrão deparam-se-lhe duas opções, igualmente válidas, para chegar até à Casa da Ladeira: seguir pela direita, junto à Casa da Torre de Cabeção, ou prosseguir alguns metros pela EN 108-2 e, novamente à sua direita, um pouco antes da pequena ponte junto à Casa de Pedreda, subir por um caminho mais íngreme que requer especiais cuidados pelo seu grau de dificuldade. Convém não esquecer que o “Caminho de Jacinto” colheu inspiração nas veredas que Eça efectivamente subiu ou que as gentes de Vila Nova e arredores faziam para apanhar o comboio. Por isso, é um caminho de ficção, reinventado agora nas variantes da fonte de inspiração original. Pode dizer-se que é também uma metáfora de todo o percurso interior que a personagem Jacinto vai realizando ao longo da novela.
Na verdade, vindo de comboio ou tendo chegado de autocarro, não deixará de se erguer do seu banco e assomar às janelas para esperar com alvoroço a pequenina Estação de Tormes, que lhe aparecerá clara e simples à beira do rio entre as rochas. Embora não vá encontrar os seus vistosos girassóis, nem as duas altas figueiras poderá observar, ainda, por trás a serra coberta de velho e denso arvoredo, os painéis de mosaico com referência a momentos e temas estruturantes da obra de Eça “A Cidade e as Serras”, bem como o rio Douro, onde já não correm os rabelos carregados de sacrifícios e de vinho para o Porto, mas cruzeiros pressurosos com turistas curiosos das preciosidades durienses.
Observe em seu redor e, entre cogitações, confira que Eça tinha razão, esqueçam-se aqui todos os males ante a inesperada beleza daquela terra bendita, composta pelo divino artista numa das suas manhãs de mais solene e bucólica inspiração. De espírito aliviado pela divina paisagem, não espere ter a sorte de Jacinto e Zé Fernandes, pois nem a égua russa nem o burro de Sancho o transportarão até lá acima. A alternativa é trepar até Tormes.
Caminhe com o devido cuidado junto da linha férrea acompanhando o rio para montante até encontrar um caminho que a atravessa e desce para a margem. Ao fundo está a Quinta da Tenchoadinha. Continue subindo até à estrada asfaltada que vem da Estação. Siga pela direita até atingir uma casa branca entre um canavial e, um pouco adiante, suba por um caminho empedrado. Não se exceda no esforço, para quando necessitar e aproveite para analisar a vegetação que o rodeia. No percurso vai encontrando carvalhos, oliveiras, choupos e, na beira do caminho, espargos bravos, cujos rebentos são muito apreciados cozinhados com ovos, entre outras propostas gastronómicas.
O primeiro edifício com ar senhorial que encontrará no interior de uma quinta em socalcos é a Casa da Capela. Um pouco mais adiante, à sua direita, vai avistar a Casa do Lodeiro. Por aqui abunda o pilriteiro, um arbusto que, na Primavera, dá flores brancas, além de bagas vermelhas que são a delícia das aves. Esta casa encerra algumas memórias trágicas, pois pertenceu a um amigo de Camilo Castelo Branco, José Augusto Pinto de Magalhães, que raptou Fanny Owen, com quem casou. O casamento não se consumou e a senhora faleceu tísica cerca de um ano depois. Por decisão do marido, o seu coração, esteve guardado, muitos anos, num frasco de vidro na capela da Casa. Camilo refere-se a este drama n' “O Bom Jesus do Monte” e em “Vinte e Quatro Horas de Liteira”, Augustina Beessa Luís em “Fanny Owen” e Manoel de Oliveira em “Francisca”.
Mas, afaste-se destas memórias e perscrute a paisagem envolvente que também seduziu Alves Redol. Deslumbre-se com os vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos em flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza. Deixando resvalar o olhar observe os vales poderosamente cavados (...) os bandos de arvoredos, tão copados e redondos de um verde tão moço e sinta, por todo o lado, o esvoaçar leve dos pássaros. Por aqui o ladino, elegante e vigoroso melro é o eterno animador do arvoredo. Muito tempo um melro nos seguiu de azinheira a olmo, assobiando os nossos louvores. Obrigado irmão melro! Ramos de macieira obrigado. Aqui vimos, aqui vimos! E sempre contigo fiquemos, serra tão acolhedora, serra de fartura e de paz, serra bendita entre as serras!
Quando atingir a estrada de alcatrão deparam-se-lhe duas opções, igualmente válidas, para chegar até à Casa da Ladeira: seguir pela direita, junto à Casa da Torre de Cabeção, ou prosseguir alguns metros pela EN 108-2 e, novamente à sua direita, um pouco antes da pequena ponte junto à Casa de Pedreda, subir por um caminho mais íngreme que requer especiais cuidados pelo seu grau de dificuldade. Convém não esquecer que o “Caminho de Jacinto” colheu inspiração nas veredas que Eça efectivamente subiu ou que as gentes de Vila Nova e arredores faziam para apanhar o comboio. Por isso, é um caminho de ficção, reinventado agora nas variantes da fonte de inspiração original. Pode dizer-se que é também uma metáfora de todo o percurso interior que a personagem Jacinto vai realizando ao longo da novela.
Se tomar a primeira opção, pare junto á Casa da Torre de Cabeção e observe a paisagem que se desenvolve pela vertente até ao fundo do vale onde corre o rio Douro. Em frente tem a igreja e o cemitério de Santa Cruz do Douro onde repousa Eça de Queiroz e, por entre os vinhedos, casais e quintas em socalcos ouça o silêncio retemperador. Sinta como o meu Príncipe mergulhava na Odisseia, - e todo ele vivia no espanto e no deslumbramento de assim ter encontrado no meio do caminho da sua vida, o velho errante, o velho Homero! E como Ulisses meio adormecido, encantado, incessantemente – avistava longe, na divina Hélade, entre o mar muito azul e o céu muito azul, a branca vela, hesitante procurando Ítaca. Mas ... volte à realidade porque, para si, Ítaca é Tormes e tem de continuar a caminhar para lá chegar. Aprecie a amável aldeia e a água da pequena bica que vem lá de cima, de Queixomil, um lugar alcandorado por detrás de Tormes.
Está perante a última etapa. Tormes é já adiante, onde entrará pelas suas vinhas em socalcos. A casa emerge, pesada, por detrás dos jardins e da eira. Aproveite para repousar ou merendar junto de uma frondoso castanheiro, na pequena clareira adornada por um tanque cuja água outrora matou a sede aos que por aqui passavam. Após retemperar as forças, não o espera o atabalhoado Melchior mas uma agradável visita à casa de Tormes, o lar da Fundação Eça de Queiroz e uma incursão na ambiência literária, intelectual e física de Eça que jamais esquecerá.
Neste santuário queirosiano vai dar razão a si e a Jacinto quando decidiram deixar o aconchego urbano e entrar na deliciosa e saudável ruralidade profunda que o espaço do romance e você próprio testemunham. Reconheça porque o seu outro eu, com gravidade, deixou desabafar sobre si esta declaração formidável: Zé Fernandes, vou partir para Tormes. Álea jacta est!
Citações in “A Cidade e as Serras”
Download do mapa do Caminho de Jacinto

sábado, 4 de setembro de 2010

Sugestões de leitura

Livro “ O senhor”
Autor Rui Marcelino


Há tempos veio como oferta para a Biblioteca da minha escola, um livro deveras interessante que de imediato chamou a minha atenção .
Este livro conta uma história emocionante, conseguindo despertar o interesse do leitor do princípio ao fim.
Inicialmente o autor aborda as discussões femininistas, dando ênfase a situações exageradas protagonizadas pela personagem Eva Mendonça, mulher fria, autoritária, que tudo faz para defender as suas teorias.
Depois surge a tempestade, o dilúvio e a forma como as personagens vão reagindo perante esta situação. É de realçar a postura do motorista, Adão Ventura, que enfrenta corajosamente todos os obstáculos, mantendo sempre a calma, o bom senso e até o seu sentido de humor. Mantém-se solidário às suas companheiras da tragédia, ele que é o único homem a ter de enfrentar esta problemática.
Esta utilização dos nomes Adão e Eva, também é interessante, pois estes nomes na Bíblia estão associados ao paraíso e aqui são protagonistas da catástrofe.
É uma obra que revela , muita imaginação, espírito crítico. O autor faz uma espécie de “análise psicológica da realidade humana”, com todos os seus preconceitos e regras, mas pouco a pouco, tudo se vai diluindo nas aguas do dilúvio e na luta pela sobrevivência.
Perante o caos e a luta pela sobrevivência como reagimos? Tornamo-nos diferentes? Agimos por vezes incorrectamente? Que fazemos para sobreviver?Já o nosso grande Saramago, figura insigne da nossa literatura, tinha focado esta problemática na obra "Ensaio sobre a cegueira", na qual retrata com um realismo exacerbado, que até choca os leitores mais sensíveis, como o ser humano se torna um animal cruel e impiedoso na luta pela sobrevivência!

Uma das sete maravilhas


Vote nas sete maravilhas e eleja o vale do Douro como local de grande beleza natural.
O Douro é realmente maravilhoso, não me canso de o elogiar.
Este rio para mim é tudo! Embora eu tenha vindo de muito longe, de outras paragens, também de beleza incomensurável, como é o caso do Rio de Janeiro, terra que me viu nascer e crescer, cuja lembrança vive sempre em meu coração.
O Douro com a sua sedução conquistou-me desde tenra idade. A primeira vez que o vi, não consegui resistir aos seus encantos!
Sempre gostei de ver o luar reflectido em suas águas límpidas correndo calmamente para o mar, achei lindos os vinhedos durienses, os barcos, enfim, para mim o vale do Douro é o paraíso.

sábado, 14 de agosto de 2010

Vamos filosofar?!

Cada vez mais urge a necessidade de filosofar, para podermos melhor compreender o sentido da existência. O homem é um ser complexo, é um problema para si próprio. As dúvidas existenciais atormentam-nos. Temos que procurar a resposta para todas as questões que nos preocupam. Vivemos de certa forma sem rumo, por vezes perdidos num caos axiológico, sem "uma luz ao fundo do túnel".
Como diz Lou Marinoff , pioneiro do aconselhamento filosófico, no livro "Mais Platão e menos Prozac", no qual o autor faz a apologia da filosofia em vez de recorrermos a psiquiatras e psicólogos, devemos sim recuperar o bem estar e despertar para a filosofia.
Tal é relevante, mas esta procura do conhecimento, este questionar, este espanto que nos conduz no caminho da sabedoria, deve ser incutido desde a infância. Por isso considero importante a Filosofia para crianças, pois os mais pequenos são encorajados a falar, a ouvir e a discutir ideias, desenvolvendo as suas capacidades de raciocínio e de pensamento.
A Filosofia para crianças é, também, uma ferramenta de auxílio para pais e educadores, permitindo conversar com as crianças, responder às perguntas mais difíceis e ajudar no processo de compreensão do mundo que as rodeia.
O que é a Filosofia? É a busca da sabedoria e do conhecimento. Ora tal deve ser preconizado desde tenra idade!
Ensinar a filosofar desde cedo!PORQUÊ ?!
Porque se começa a perder a capacidade do espanto.
Porque hoje em dia já não há prazer em pensar, nem em pensar o pensamento.
Porque o mundo está em construção e a criança pode fazer parte disso.
Porque se desenvolvem competências de comunicação, de escuta activa, de pensamento crítico, criativo e investigação
Porque há que cultivar a capacidade de espanto…
Porque urge pensar! E saber pensar!
Porque pensar pode ser divertido…
Porque pensando conheço-me… e ouvindo os outros conheço-os também!
Por tudo isso, que tal o meu conselho?! Vamos filosofar?!

Navegando no Douro


O rio Douro vai correndo para o mar imponente e deslumbrante. As suas águas límpidas e cristalinas vão apressadamente rumo à foz. Quem faz o percurso de barco Régua – Porto ou então Porto – Régua, pode apreciar os encantos destes locais paradisíacos. Ou subindo o rio, ou descendo-o, não podemos ficar indiferentes a tanta beleza! Passando em Ribadouro onde a paisagem é realmente encantadora, ou subindo em direcção a Porto Antigo ou a Aregos, ficamos deslumbrados!
Em Caldas de Aregos, a beleza natural e o progresso estão em simbiose perfeita. A fluvina onde muitos barcos podem ancorar, a piscina junto ao rio onde se pode desfrutar de uma paisagem magnífica, onde dá vontade de permanecer, durante muito tempo para apreciar a natureza. A natureza que foi aqui bastante favorecida pelo progresso, ou seja pela acção humana. Mas nem sempre isso acontece, por vezes o homem apropria-se da meio ambiente e em nome do progresso vai destruindo tudo à sua volta ao sabor dos seus caprichos, de forma aleatória. Em Aregos, isso não se verifica, a paisagem lá está, majestosa e linda! Houve uma consonância entre a acção humana e a natureza. Os empreendimentos que lá foram edificados vieram realçar ainda mais a formosura desta região.
Dá gosto ir a este local e nunca me canso de fazê-lo.
Ora vamos prosseguir viagem e olhando em frente, avistamos terras de Santa Cruz do Douro em Baião, a estação de Aregos onde Eça de Queirós um dia saiu e subiu até Tormes, fazendo o”caminho de Jacinto,” actualmente muito divulgado, entre veredas sinuosas, respirando uma brisa pura, fresca e agradável e contemplando uma paisagem lindíssima. Já se pode ver o magnífico empreendimento turístico de grande relevância, nomeadamente o “Hotel Douro Palace”. O cais fluvial de Aregos onde os barcos podem atracar junto à estação de Aregos, beneficiando o tráfego turístico já existente no rio Douro.
Continuando a subir o rio e tendo como destino a Régua, chegamos à Ermida, estação risonha e acolhedora, ouvimos o barulho do comboio, olhamos para a ponte e fazemos uma pausa , vamos almoçar ao restaurante “ Barriga Farta”, onde podemos saborear as delícias da gastronomia tradicional. Andando mais um pouco, estamos já em Porto de Rei, recanto paradisíaco, que dá gosto visitar. Mas já se faz tarde, o tempo passou rapidamente e a Régua espera-nos de braços abertos, ostentando a sua beleza incomensurável, entre vinhedos verdejantes e águas cristalinas. No final do percurso, que tal um cálice do vinho do Porto para “aquecer a alma” dos apreciadores de tão valioso néctar? Ora aceite o meu convite, venha visitar estas regiões ribeirinhas numa viagem inesquecível e de certeza que não se vai arrepender.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rio Douro, rio de encantos




O rio Douro corre para o mar de forma calma e esplendorosa. As suas águas límpidas são resplandecentes e inebriam todos aqueles que gostam de contemplar um espectáculo de tão grande beleza. Quem pode ficar indiferente a tal magnitude paisagística?! Quem consegue resistir a tais encantos?! Basta parar na Pala, ou em Aregos, passando por Porto de Rei, indo até a Régua ou ao Pinhão para que se possa sentir o apelo da natureza e até a presença do Criador.
Estas águas límpidas são como uma fonte apaziguadora de conflitos interiores, são um refúgio, ou um porto de abrigo! Têm magia que nos invade a alma, fazendo o coração bater mais forte e com mais alegria!
Numa perspectiva filosófica, e de acordo com a cosmologia grega, nomeadamente Tales de Mileto, a água foi considerada elemento primordial, substracto e força geradora de tudo. Mais Tarde Empédocles, cujo pensamento constituiu de certo modo uma síntese dos filósofos que o antecederam, considerou também a água como um dos quatro elementos que presidiram à formação do universo.
No âmbito da literatura, e se pensarmos mais concretamente no nosso rio Douro, até fazendo uma abordagem de cariz sócio- económico, podemos ver a importância deste rio e dos barcos rabelos no transporte dos vinhos para o Porto. Basta ler a obra “ Porto Manso” de Alves Redol, para regredir no tempo e imaginar todas aquelas viagens feitas por corajosos marinheiros que viviam com o rio no coração. Analisando a importância deste Douro no contexto económico de épocas passadas e avançando para a actualidade, vemos um Douro internacional, com grande potencial turístico, cada vez mais visitado, quer por portugueses quer por estrangeiros, enfim por todos aqueles que gostam de apreciar a paisagem desta linda região.
Temos por isso que preservar a natureza, para que o Douro de ontem e de hoje, consiga perpetuar os seus inúmeros encantos através dos tempos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

23 de Abril Dia Internacional do Livro.


O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha uma região semi-autónoma da Espanha .A data começou a ser celebrada em 7 de Outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel Cervantesi, escritor espanhol. O escritor e editor valenciano estabelecido em Barcelona, Vicent Clavel Andrés propôs este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona.
Em 6 de Fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.
No ano de 1930 a data comemorativa foi trasladada para 23 de Abril, dia do falecimento de Cervantes.
Mais tarde, em 1996, a UNESCO instituiu 23 de Abril como o Dia Mundial do Livro e dos Direito de Autor, em virtude de a 23 de Abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.
No caso do escritor inglês, tal data não é precisa, pois que em Inglaterra, naquele tempo, ainda utilizava o calendário juliano, pelo que havia uma diferença de 10 dias apara o calendário gregoriano usado em Espanha. Assim Shakespeare faleceu efectivamente 10 dias depois de Cervantes.
Pesquisa Efectuada na Wikipédia,

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

História do Dia de S. Valentim

As comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações possíveis, umas de tradição cristã, outras de tradição romana, pagã.
A Igreja Católica reconhece três santos com o nome Valentim, mas o santo dos namorados parece ter vivido no século III da nossa era, em Roma, tendo morrido como mártir em 270. Em 496, o papa Gelásio reservou o dia 14 de Fevereiro ao culto de S. Valentim.
Valentim era um sacerdote cristão contemporâneo do imperador Cláudio II. Cláudio queria constituir um exército romano grande e forte; não conseguindo levar muitos romanos a alistarem-se, acreditou que tal sucedia porque os homens não se dispunham a abandonar as suas mulheres e famílias para partirem para a guerra. E a solução que encontrou, foi proibir os casamentos dos jovens! Valentim ter-se-á revoltado contra a ordem imperial e, ajudado por S. Mário, terá casado muitos pares em segredo. Quando foi descoberto, foi preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro
A lenda tem ainda algumas variantes que acrescentam pormenores a esta história. Segundo uma delas, enquanto estava na prisão Valentim era visitado pela filha do seu guarda, com quem mantinha longas conversas e de quem se tornou amigo. No dia da sua morte, ter-lhe-á deixado um bilhete dizendo «Do teu Valentim». Quanto à tradição pagã, pode fundir-se com a história do mártir cristão: na Roma Antiga, celebrava-se a 15 de Fevereiro (que, no calendário romano, coincidia aproximadamente com o início da Primavera) um festival, os Lupercalia. Na véspera desse dia, eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. Cada rapaz retirava um nome, e essa rapariga seria a sua «namorada» durante o festival (ou, eventualmente, durante o ano que se seguia).
Com a cristianização progressiva dos costumes romanos, a festa de Primavera, comemorada a 15 de Fevereiro, deu lugar às comemorações em honra do santo, a 14.
Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação com o santo, datando da Idade Média, quando se cria que o dia 14 de Fevereiro assinalava o princípio da época de acasalamento das aves.
Com os tempos, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França e, mais tarde, nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializadas no início do século XIX. Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em cada vez mais países do mundo como um pretexto para os casais de namorados trocarem presentes.

Dia Europeu da Internet Segura: 9 de Fevereiro


Hoje, dia 9 de Fevereiro, celebra-se mais uma edição do Dia da Europeu da Internet Segura. Cerca de 60 países se vão associar a esta iniciativa O projecto Internet Segura, da responsabilidade de um consórcio coordenado pela UMIC- Agência para Sociedade do Conhecimento e que também envolve a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação, a Fundação para a Computação Científica Nacional - FCCN e a Microsoft Portuga, preparou uma série de eventos por todo o território nacional de forma a assinalar o dia na sensibilização para a temática de uma navegação segura da Internet. Brevemente serão disponibilizadas mais informações sobre as celebrações do Dia Europeu da Internet Segura 2010, subordinado ao tema: Pensa antes de publicares!
O sítio do projecto Internet Segura, disponibilizado ao público em Julho de 2007, tem estado a ser alvo de intervenções técnicas com vista à melhoria do nível de acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais. O Portal Internet Segura está neste momento em conformidade Triplo A com as Directrizes de Acessibilidade para o Conteúdo Web (WCAG1.0) do W3C.
Será ainda implementado a curto prazo o novo "selo de acessibilidade" disponibilizado pelo Programa de Acesso , da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento. A nova certificação de acessibilidade permitirá ao utilizador submeter para análise uma qualquer página do sítio, ficando a saber no momento se a página submetida apresenta erros de acessibilidade. Esta acção pode resultar na alteração imediata da classificação do Portal ao nível de acessibilidade, caso sejam detectadas situações irregulares.
Outras alterações estão em curso. A secção de Perigos e Prevenção será actualizada brevemente, com a inclusão de novas tendências ao nível de aplicações na Internet.
Estes conteúdos estão a ser preparados de forma a garantir ao cidadão um acesso claro aos problemas e soluções existentes quando se navega na internet.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A literacia na sociedade actual


Segundo definição da Unesco, literacia é a capacidade para identificar, compreender, interpretar, criar, comunicar e usar as novas tecnologias de acordo com diversos contextos.
A leitura e a literacia são como um projecto de vida na educação dos jovens para a cidadania e para a sua integração na sociedade.
É nos países anglo-saxónicos que surge pela primeira vez o termo literacia; em Portugal tínhamos o termo “ literato” e “ letrado”, mas ambos estão associados ao conhecimento literário.
Este novo conceito também se distingue do que se entende por “alfabetização”. Enquanto este se refere ao facto de se ser ou não iniciado na escrita, tendo adquirido um conhecimento “ estável” ou estático, aquele que tem um significado mais amplo, reenviando às capacidades de utilização da língua escrita, tratando-se de um conhecimento em permanente construção.
(…) Ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de hoje. O conceito de literacia inclui a literacia informática, a literacia do consumidor, a literacia da informação e a literacia visual. Por outras palavras, os adultos letrados devem ser capazes de obter e perceber a informação em diferentes suportes. Além do mais, compreender é a chave. Literacia significa ser capaz de perceber bem ideias novas para as usar quando necessárias. “Literacia significa saber como aprender.” (Stripling,1992).
A Biblioteca pode ser o espaço privilegiado para a concretização desta escola do século XXI que forma futuros adultos leitores e consumidores críticos de informação. Podemos afirmar, apesar de todas as falhas que ainda existem a vários níveis, que o acesso à informação é hoje cada vez mais facilitado, graças aos computadores e em particular à internet.
Alarga-se assim o conceito de leitura a tarefas mais específicas e complexas. De acordo com a definição de literacia da O.C.D.E., Inês Sim Sim sublinha a importância da leitura.
“Ler hoje é fundamentalmente aceder ao conhecimento através da reconstrução de informação contida no texto, o que implica uma íntima e permanente interacção entre o leitor e o texto. O leitor tornou-se num construtor de significado e a leitura transformou-se na porta de acesso ao conhecimento” (Sim-Sim-1993).
Hoje em dia, para além da leitura tradicional, podemos considerar uma nova dimensão na leitura e da literacia, a literacia digital que surgiu com o aparecimento das novas tecnologias e está cada vez mais a ser utilizada. Vivemos numa sociedade informatizada, sobre a égide do paradigma digital.

Ano Novo




Entramos num novo ano, muitas expectativas, inúmeros votos de felicidade, tudo de bom! Assim começamos 2010, repletos de esperança num mundo melhor, tudo isso desejamos aos nossos amigos e eles a nós. Mas o novo ano é sempre uma incógnita , que nos irá suceder?! Muitas previsões, erradas ou certas, o que interessa é tentar vislumbrar o futuro, embora este nem sempre seja risonho!. O novo ano é como o virar de uma página da nossa vida , temos que recomeçar, seguir em frente de cabeça erguida tentando ultrapassar os obstáculos que eventualmente vão surgindo. Que haja muita saúde e paz para todos nós.